Devos x Iri - Neroryda

A morena continuou a movimentar-se em cima de Devos, sentindo que logo chegaria ao ápice. Não demorou para que isso acontecesse. Quando sentiu os espasmos do orgasmo, Devos a segurou com mais firmeza e ela adorou aquilo, tendo assim um segundo orgasmo naquela noite. Um outro orgasmo que apenas Devos sabia lhe proporcionar. A sensação era tão deliciosa que ela queria ainda ter outros.

Mas já estava um tanto cansada. Poderia aguentar mais, mas era melhor que os dois fossem dormir porque não estavam ali para uma jornada de sexo sem limites, e sim para prender Yigo. Iriely depositou a cabeça no peito de Devos, subindo-a um pouco apenas para beijar carinhosamente o pescoço dele.

- Eu aguento mais... - ronronou enquanto beijava o pescoço dele. - Mas estamos aqui a trabalho, não por diversão, hm? - concluiu, subindo os lábios para o queixo e finalmente a boca, que adorava sentir em contato com a sua. Era uma delícia sentir a língua de Devos invadindo dua boca de modo possessivo e desejoso.

A morena soltou uma risada rouca e curta com o comentário de Devos, acariciando o peito nu do ruivo enquanto se aninhava no corpo dele para dormir. O calor do corpo de Devos era agradável. No momento nem pensou que ele poderia aproveitar-se do sono dela e fazer sabe lá o quê, só queria dormir abraçada a ele, sentindo o calor do corpo dele em contato do seu daquele jeito...

- Eu sempre fui responsável - falou, dedilhando os músculos do tronco de Devos. Sorriu maliciosamente para ele. - Pode não parecer mas eu levo meu trabalho a sério, sabia?

Beijou-o novamente, mas dessa vez mais lentamente, e voltou a apoiar a cabeça no peito de Devos. Fechou os olhos e não demorou muito para adormecer.

A morena dormiu aquela noite sem acordar uma única vez. Estava realmente cansada, e depois de ter feito sexo duas vezes naquela noite a fez se cansar mais. Mas a noite foi agradável, e ela descobrira que dormir na mesma cama com Devos poderia não ser assim tão perigoso.

Acordou com o sussurro ao seu ouvido e aquela deliciosa mordida em seu lóbulo, que a fez estremecer e aconchegar-se mais ao corpo do ruivo, soltando um grunhido sonolento.

- Por mim eu ficaria aqui... Mas o trabalho nos chama, fazer o quê... - disse com a voz rouca devido a falta de uso enquanto dormia, abrindo os olhos lentamente. Sorriu com malícia, deslizando a mão no peito de Devos numa suave carícia. - E você? Quer levantar ou começar a o dia de uma maneira mais... Agitada? - ronronou, subindo o rosto para o dele enquanto dava lentos beijinhos pelo queixo e os lábios do ruivo.

A morena soltou uma risada debochada com o comentário de Devos. Apaixonar-se? Ele estava se achando demais. Iriely envolvia-se fisicamente com homens que lhe despertavam interesse, mas jamais havia se apaixonado por nenhum deles. Não seria Devos a fisgar seu coração, se ele imaginava isso.

- Apaixonar-me? E você acha que é capaz de tal feito? - perguntou em tom debochado, ao mesmo tempo que era um tom de desafio. Levantou-se da cama, sem vergonha alguma de sua nudez. - Eu vou tomar banho. Quer vir comigo? - perguntou maliciosamente.

A morena soltou a breve risada com a resposta, cruzando os braços. De certa forma ele estava certo. Mas ela nunca havia o odiado realmente. E bem... Sentia-se atraída pelo ruivo já havia um bom tempo.

- Se você acha isso... Só não sei porque iria querer que eu me apaixone por você - disse dando de ombros, enquanto ia procurar algo para vestir depois do banho. Com a resposta dele, bufou e revirou os olhos. - Você realmente não tem graça. Prefere uma pilha de papéis do que uma mulher nua na banheira.

Disse aquilo em tom de brincadeira, claro. Sabia que Devos tinha suas obrigações e que não estavam ali viajando, mas em uma importante missão. E ele era responsável por essa missão, então querendo ou não deveria ler os tais papéis.

Iriely pegou suas roupas e caminhou até Devos, beijando-o antes de partir para o banheiro. Ligou as torneiras e adentrou na banheira, soltando um suspiro ao entrar na água.

IRIELY

A morena jogou água no rosto e lavou-o, para acordar de uma vez. A água quente caía em seu corpo, deixando-a mais aliviada ao sentir que aos poucos a sensação de limpeza. Após o que ela e Devos haviam feito, simplesmente haviam dormido. O natural era que se levantassem da cama e tomassem um banho, mas estava tão bom ficar aquecida nos braços dele, sentindo a pele dele após terem feito amor...

Terem feito amor? Desde quando Iriely fazia uso daqueles termos? Balançou a cabeça, jogando mais água no rosto enquanto se sentia realmente estúpida. Haviam feito sexo sem qualquer compromisso, "fazer amor" era algo mais profundo, envolvendo sentimentos e a vontade de estar sempre junto. Não era isso que sentiam um pelo outro. Iriely gostava de dormir com Devos, e apenas isso. Amor não tinha nada a ver com eles, era puro interesse físico.

Estava tentando convencer a si mesma daquilo quando ouviu a voz de Devos dizer para que não demorasse, e percebeu que já estava ali já havia algum tempo, e tempo não era algo que podiam desperdiçar.

- Já vou sair - gritou de volta, sentindo a estranha sensação de estarem parecendo estar casados. Iriely intrigou-se com o próprio pensamento, dando uma risadinha como se aquilo fosse absurdo.

Desligou o chuveiro e saiu, pegando a toalha para secar o corpo. Depois vestiu a cota de malha, colocando a roupa de couro negro por cima e as botas. Sentia-se muito mais confortável vestindo aquelas roupas, como se elas já fizessem parte dela.

Saiu do banheiro e encontrou o ruivo deitado lendo os papéis. Iriely imaginou que não deveria incomodar, então apenas sentou-se em cima da mesa, observando-o. Devos usava o óculos que a morena sempre achava que o deixava ainda mais charmoso.

IRIELY

Iriely continuou sentada na mesa em silêncio, observando Devos ler. Quando ele finalmente parou de ler aquilo e tirou os óculos (o que causou uma grande decepção na morena, pois adorava vê-lo de óculos, ficava realmente charmoso) e caminhar até ela. Ele bateu o cilindro de papéis em sua cabeça, o que a fez adquirir uma expressão emburrada.

Então ele largou aquelas porcarias entediantes para que ela lesse. Iriely fez uma expressão de "Sério mesmo que quer que eu leia essa droga?", mas não teve tempo de mandá-lo catar coquinho e se virar com suas obrigações; Devos já deixava os papéis na mesa e saía para então tomar banho.

- Ora, claro que eu leio querido - falou a garota em tom falsamente e exageradamente fresco, apenas realmente para debochar. Quando ele estava de costas, mostrou a língua e os dois dedos do meio, irritada. Era infantil agir daquele jeito, mas bom... Essa era Iriely. E não mudaria quem era para agradar aos outros.

Bufou quando ele entrou no banheiro e pegou os papéis, começando a ler o que ele lhe pedira. Já estava pensando até no que pedir em troca pelo favor, pois não era do tipo de fazia favores sem receber algo em troca. Mas sabia que mesmo que pedisse Devos iria soltar aquela risadinha irritante e nem iria se importar. Apesar de ser bom de cama, o maldito ainda lhe irritava. Fazer o quê?

- Ora, então é isso que vocês "de cima" precisam ficar lendo? - gritou Iriely para Devos, sem tirar os olhos das palavras que lia. - Poxa, que chatice! Dá vontade de queimar! - falou, realmente sentindo vontade de acender um isqueiro e botar fogo naquela porcaria. - Espero que me pague pra ler essa coisa!

IRIELY

A morena continuou olhando aquelas informações sem não ter realmente muito interesse no que estava escrito. Ela preferia a ação, ficar sentada lendo aqueles papéis inúteis ( o que na opinião dela eram inúteis, afinal o que um pedaço de papel pode dizer?) não era para ela. Aquilo era chato. Mas era algo que ela conseguia imaginar nitidamente Devos fazendo sem reclamar como ela fazia.

Observou-o sair do banheiro, deliciosamente sem toalha e com os cabelos ruivos molhados, e a morena não fez questão de disfarçar quando o fitou maliciosamente e passou a língua nos lábios. Como podia ser tão gostoso? Deveria pagar uma multa por isso.

- Eu sou responsável. Mas eu prefiro a ação - falou, e terminou de ler o pouco que lhe faltava. Apesar de achar aquilo uma chatice, não era nenhuma burra. Conseguia entender as informações.

Fitou Devos vestir-se de soslaio e, quando ele terminou, saiu de cima de se aproximou dele lentamente, gostando muito daquela expressão que ele lhe dava. A garota sorriu de canto e então andou até onde havia encostado a espada, prendendo-a nas costas.

- Ah, que seja. Isso é um saco - falou dando de ombros. - Vamos indo? Temos que encontrar esse tal Yigo ainda, e nem os capangas dele nós sabemos onde estão. Temos um dia cheio, hm?

A morena ficou encostada na porta, apoiando um dos pés nesta enquanto observava Devos arrumar as próprias coisas de uma forma que ela considerou até que preguiçosa demais. Ora, então ele estava cansado? Ele precisava de um pouco mais de disposição para satisfazê-la na cama, pensou com um sorriso malicioso.

- Eu por acaso te amarrei e te joguei na cama? - perguntou de um jeito um tanto que impetuoso, ao mesmo tempo que tinha um certo ar brincalhão. - Você bem que gostou. Na verdade... Se bem me lembro, da primeira vez que fomos para a cama foi você quem provocou. E dessa vez foi igual. Não reclame. - disse com um sorrisinho safado, mandando uma piscadela para o ruivo.

Saiu do quarto logo após ele, tendo o ruivo pegando sua mão. Pelo visto agora seria daquele jeito: sempre que andasse ao lado do ruivo seria de mãos dadas, parecendo um casal de namorados.

Quando desceram Iriely encontrou alguém que nunca esperava encontrar por ali. A mãe, Amelie Loyalar, estava ali com os olhos cansados e desesperados. No momento que viu a filha mais velha aparecer, não demorou para ir até ela, sem notar o rapaz que estava de mãos dadas com ela.

Amelie: Iriely! Graças aos deuses, encontrei você!

Iriely: O que faz aqui, mãe? - perguntou tensa. Certamente não era uma visita qualquer. Viu a mãe apertar os lábios. - Mãe? Aconteceu algo com os meus irmãos?

A mulher não respondeu de imediato, o que deixou a garota mais preocupada e falar em voz irritada.

Iriely: Fale de uma vez! Onde eles estão?!

Amelie: Analu, Agnes e Lohan... Eles... - engoliu em seco. - F-foram sequestrados... - Os olhos da mulher encheram-se de lágrimas.

Iriely empalideceu e ficou estática. Sequestrados? Como assim, sequestrados? Quem levaria seus irmãos, e por quê? Por alguns segundos ficou sem falar nada, e quando falou, foi numa voz bastante controlada, mas visivelmente tensa.

Iriely: Por quem? Me conte essa história direito.

Amelie: E-eu... Iri, me desculpe! - disse a mulher desesperada, sem conseguir controlar o choro. - Foi culpa minha! E-eu acabei fazendo dívida com Yigo e...!

Iriely: O QUÊ?! - gritou a garota, olhando furiosa para a mãe. - O que foi? O dinheiro que eu mando não é suficiente? Podia ter me avisado! Fazer esse tipo de dívida... Você é louca?!

Amelie: Foi antes de você se tornar da In Agris! - explicou-se desesperada. - Depois que seu pai morreu, mesmo antes de se tornar uma agriana, você era a única que ainda sustentava a casa! Eu sempre fui inútil! E-eu quis ajudar você de alguma forma, para apagar o exame para você entrar na In Agris...

Então aquele dinheiro fora conseguido por aqueles meios! A velha sempre lhe dissera que trabalhara duro para conseguir aquilo... Devia ter suspeitado que ela demais pra ela ter conseguido por meio honesto.

Iriely: Droga... - trincou os dentes. - Sabe a merda que você fez, velha? Como vamos salvá-los agora?

Iriely estava com a mente embaralhada, sem saber muito o que fazer. Seus três irmãos, os maiores tesouros da vida da morena, haviam sido sequestrados e sabe-se lá o que Yigo estava fazendo com eles. Se de imaginá-los machucados, Iriely fervia de ódio eu ao mesmo sentia-se tomada por uma preocupação terrível.

Iriely: Ok! - disse por fim, soltando um suspiro e colocando a mão sobre a testa. - Você vai ficar aqui, mãe. Não vai sair pra lugar nenhum, entendeu? - falou a garota em um to que não aceitava discussões. Amelie soltou um suspiro um tanto trêmulo e concordou.

Amelie: Eu entendi...

Iriely: Devos e eu vamos encontrá-los. A senhora fique aqui e não se meta em problemas! - Provavelmente Devos pouco se importava com o que aconteceria com seus irmãos, mas como a missão era encontrar Yigo então pelo menos podia contar com a ajuda do ruivo nisso.

Iriely foi com a mãe até a recepção e pagou um quarto para a mãe, voltando até Devos logo em seguida. A expressão de Iriely estava dura, séria. Nem mesmo parecia a mesma Iriely que tratava as coisas com descaso. Mas era a vida de seus preciosos irmãos em jogo. Aperto o broche que ganhara de Analu, que estava preso sobre o peito.

- Eu já vou indo. Vai comigo ou vai tomar café da manhã antes? - perguntou a morena em tom de voz sério. Tão sério que estava claro que naquele momento seu foco era apenas libertar seus irmãos. - Se for ficar eu encontro você depois. Estou indo.

E não estava pedindo permissão. Não importava se ele a mandasse comer. Não comeria, não estava com fome. Só esperaria a resposta dele e partiria a procura dos irmãos.