Devos x Iri - Neroryda

Não importava que caminho seguissem, desde que encontrasse os irmãos poderia fazer qualquer coisa que estivesse ao seu alcance e também o que não estivesse. Tinha carinho pela mãe, mas os irmãos eram sua vida! Porém, respeitou fundo e tentou se acalmar, no mesmo momento que Devos pegou sua mão. Irritar-se não ia adiantar nada, preocupar-se também não. Precisava esfriar a cabeça. Seus irmãos precisavam que ela trabalhasse com calma para achá-los.

- Acha que poderemos ter alguma informação por lá? - perguntou.

Ah, sim. Um plano... Precisava montar algum esquema de resgate, mas como podia fazer isso se não tinha nenhuma informação de onde seus irmãos estavam? Precisava descobrir o paradeiro de Yigo o mais rápido possível, se algo acontecesse aos seus irmãos a morena jamais se perdoaria. Com a outra mão, apertou o broche que ganhara de Analu. Analu... Lembrou-se do sorriso doce da irmã e apertou os lábios só de imaginar o que estaria passando agora. Estaria chorando? Agnes... Esperava que a menina controlasse a língua afiada. Não podia falar muito, é claro, afinal era tão estressada quanto a irmãzinha, mas sabia que se ela não estivesse quieta, estaria numa encrenca maior. E Johan... Iriely sentiu um aperto no coração só de imaginar no quanto o pequenino devia estar assustado. Era tão novinho... Iriely não podia perder um segundo, precisava encontrá-los.

- Tem razão. O que sugere? - ela suspirou. - Não estou pensando com muita clareza, desculpe...

Inconscientemente, a morena apertou a mão de Devos como se estivesse pedindo apoio. E ela realmente precisava de apoio. Ter os os três irmãos sequestrados era mais do que podia aguentar. Analu, Agnes e Johan eram sua vida, o que seria dela se algo ruim acontecesse a eles? Tratou de afastar esse pensamento com um balanço da cabeça.

Devos

O ruivo não podia falar muito, também não tinha um bom plano apesar de não estar tão aflito quanto a morena.
Não conhecia as vitimas, isso sempre foi uma vantagem dentro das suas missões. Não tinha raiva nem felicidade pelo que acontecia ou aconteceria.
De toda forma, finalmente se teletransportaram para Darota e logo de cara, talvez antes de 'contemplar' o lugar, puderam sentir o mal cheiro carcteristico daquela cidade miserável.
Devos somente tremeu levemente a sobrancelha e os lábios se contraíram, odiava mal cheiro. Sendo criado como um nobrezinho aciado, esse tipo de sensação era umas das mais hostis para ele. Apertou levemente a mão da moça e a conduziu até uns banquinhos de madeira podre, somente para interação pois não achava uma boa ideia se sentar ali.
- De acordo com algumas poucas pesquisas, não acho que poderiamos chegar lá atacando qualquer um. E muito menos ir sozinhos, ás cegas. - Começou, em tom usualmente arrastado, mas ainda assim com seu toque de intelectualismo. - Em segundo lugar, Darota é um lugar realmente dificil de lidar. Pobres normalmente são bem violentos, até um pouco previsíveis, e quando se juntam ficam piores ainda. - Pontuou, quase como se estivesse falando do cheiro dos habitantes de Darota do que de seu poder de destruição em massa. - Por fim...eu diria que seria melhor que esperássemos mais informações da base Agriana sobre o sequestro e também poderiamos começar bem rasamente um tipo de pesquisa pelo local. - Finalizou, finalmente olhando para Irielly. Tinha passado o falatório todo deslizando os olhos esfogueados pela terra morta, fétida e abastada, como se realmente não quisesse que a missão tivesse parado ali.

Foram finalmente transportados à Darota, e Iriely acompanhou Devos quando este a guiou até um bascos de madeira apodrecida. Mas ela não se importou com o estado em que encontravam. Estava preocupada demais com Analu, Agnes e Johan para se preocupar com um banquinho de madeira podre.

Olhou para Devos, sabendo que ele falava a verdade. Ir atrás de Yigo sozinhos era loucura. Não poderia libertar os irmãos apenas os dois, acabariam morrendo. Yigo deveria ser bem protegido pelos seus capangas e também não devia ser um homem sem habilidades. Tinham que estar preparados ao que iriam enfrentar.

Porém, a ideia de esperar informações não foi do agrado de Iriely. A morena crispou os lábios ao ouvir aquilo. Enquanto ela esperava informações que nem saberia de onde viriam, o que aconteceria aos irmãos? Não tinha tempo para ficar de braços cruzados. Eles precisavam dela.

- Não vou ficar esperando nada - respondeu ríspida, levantando-se. - Não tenho tempo de esperar. Eu sei que isso não é do seu interesse, Devos, mas é muito do meu. Não vou ficar de braços cruzados. Se eu tiver que ir sozinha enfrentar Yigo... Bom, é arriscado, mas eu tenho que fazer isso - ela falou, olhando nos olhos do ruivo, enquanto seu próprio olhar era duro e decidido. - Com ou sem você... Bom, eu vou atrás dele. Não me importa.