AnaxMatthew (Especial Evy e Thatha)

Agora sim os shipps estão sérios XD

Arqueou a sobrancelha ao se deparar com uma garota baixinha que parecia encará-lo com curiosidade... A filha do tal juiz talvez? Bufou interiormente por conta disso, no entanto não poderia negar que a jovem era deveras bonita, embora na parte superior de seu corpo se assemelha-se a uma tábua.

Riu secamente com o pensamento, e a viu desviar o olhar corando... Ora então fazia o tipo tímida? Não sabia se isso o instigava a provocá-la ou a deixá-la em seu próprio mundinho de rica, mas depois pensaria melhor nisso e em como agiria em torno da garota. Embora a ideia de atormentá-la como forma de atingir ao juiz, não lhe era nada má.

Sorriu de canto com o pensamento, e passou ao lado da menina adentrando na casa, o calor do seu corpo parecia chegar na mais nova e até mesmo podia sentir um leve roçar de seus corpos, mas apenas passou ali com as mãos nos bolsos e olhou ao redor.

- Então? Cadê o velhote que está "responsável" por mim? -Questionou de modo insolente.

Ana ficou um tempo olhando para a grama como se aquilo fosse a coisa mais interessante do mundo. Mas sentiu o coração ficar um tanto acelerado quando percebeu que o rapaz estava chegando perto dela. Ana não era acostumada a ter rapazes perto dela, principalmente bonitos e mais velhos como ele.

O breve contato dos corpos e o calor que emanou do rapaz foi o suficiente para fazer a tímida menina ficar ainda mais vermelha e dar um passo desajeitado para o lado, para afastar-se.

- E-ele está lá dentro - gaguejou, sentindo-se uma pateta por gaguejar daquele jeito. - Est-tá esperand-do por v-você.

Raios, por que gaguejava tanto? Sua timidez chegava a ser patética! Muitos diziam que aquilo era fofo, mas para ela era ridículo. Mas ignorando esse pensamento, Ana entrou na casa sem olhar para o rapaz, fazendo sinal para que ele a seguisse. O levaria até a presença do pai.

Ana olhou para o pai, dando um tímido e breve sorrisinho, indicando Matthew com a cabeça. A garota ainda se sentia tímida demais para encarar Matthew, até porque sentia que, mesmo sem intenção, ele tinha um olhar penetrante demais, e ela preferia evitar e encontrar aqueles olhos.

- Papai... - disse Ana respeitosamente. - Ele acabou de chegar... - falou, sabendo que aquilo era óbvio. Sentiu-se um tanto desanimada ao perceber que teria que sair da sala. Ana queria ver a conversa entre eles, era deveras curiosa. Mas não desobedeceria. - É claro... Com licença... - disse tanto para o pai quanto para Matthew, saindo dali para ir para a cozinha.

Encontrou a mãe, e sorriu para ela. Sentou em uma cadeira, fitando a mulher por um longo instante até falar:

- O hacker que o papai vai vigiar já chegou...

A garota pegou o pedaço de bolo oferecido pela mãe, dizendo "obrigada" com um sorriso meigo. Mordeu um pedaço enquanto pensava no que responder. O que diria sobre o "convidado"? Nada sabia sobre ele, e corou um pouco ao responder...

- Bom, ele é bonito... - disse Ana timidamente. - Sabe aqueles caras da televisão? Então, mais ou menos assim...

O moreno a seguiu com passos lentos, achando divertido as reações da menina, parecia ter o cabelo ruivo... Mas ele não estava certo. Antes de adentrarem o escritório do pai da menina, Matthew assoprou-lhe no pescoço para depois entrar e ficar quieto perante o juiz que ali encontrava-se, sabia que ao menos naquele momento teria que respeitar ele se quisesse manter-se fora da prisão.
- Então o senhor que será meu responsável? -Questionou calmamente enquanto o seguia pela casa, para que el lhe mostrasse onde dormiria

Ana perguntou-se o mesmo. Como podia um rapaz tão bonito acabar no mundo do crime? Com a aparência dele poderia conseguir ótimos empregos que exigem a beleza, como modelo ou se soubesse atuar, até mesmo ator. Era um rapaz realmente lindo, e pensar nisso a fez sentir as bochechas quentes novamente.

O que tornou o rosto branquinho da menina em um tom tão vermelho quanto tomate foi o comentário da mãe. Ela, ensiná-lo a ser uma boa pessoa? Ela duvidava que ele fosse dar atenção a ela, já que era aquela garota sem graça, apagada e sem corpo. Se desse atenção a ela, com certeza seria para aborrecê-la.

- M-mas mãe! E-e-ele nem v-vai notar que e-eu m-m-m-moro aqui! - gaguejou a menina, sentindo-se patética por sentir vergonha daquilo.

O moreno bufou baixinho, realmente não gostava nenhum pouco de seguir regras no entanto, ao menos era melhor estar ali respeitando algumas poucas do que na prisão sofrendo-se sabe-se lá o que. - Tudo bem... Eu respeitarei as regras que me impôr, mas espero não ficar tão restrito com minha liberdade. Ao menos poderei sair? -Questionou o mais velho enquanto caminhavam, não ligava muito para seus aposentos no final das contas, mas parecia ser um bom comodo depois de uma olhada básica e das instruções que recebera, sorriu de canto aproximando-se do juiz.-Ah isso é ótimo, estou realmente faminto... Vamos? - E embora sua voz fosse cordial ele realmente se divertia por dentro ao se dar conta que aquele senhor o quisesse o mais longe possível de sua filha... O que era um grande convite para ele fazer o exato oposto.

Ele até podia notar que ela morava naquela casa, mas ela sabia que não era algo que realmente faria diferença para ele. Não que ela quisesse que ele a notasse, claro, afinal era melhor passar despercebida do que ser aborrecida como sempre era no colégio. O fato é que ela não podia ensinar a ele como ser alguém melhor, afinal... Duvidada que pudesse se tornar amiga dele.

- Pessoas como ele desprezam pessoas como eu - disse a garota, dando de ombros. Dizia aquilo como se fosse algo realmente natural, e para ela, era. - Ou quando não desprezam, faz de pessoas como eu como objeto de diversão e fica aborrecendo. - acrescentou, suspirando. - E eu prefiro passar despercebida do que ser incomodada...

Matt arregalou os olhos para o jeito amável da mulher, afinal ele era órfão de mãe e nunca ninguém lhe tratara de forma tão maternal assim.- Me chamo Matthew, minha senhora. - Falou de modo educado, afinal sentira-se bem daquele jeito, apesar de continuar com a expressão séria por fora e inexpressível, afim de não causar conforto demais naquelas pessoas, e acabar com sua aparência de um delinquente. Muito embora não fizera movimentos bruscos ao receber os afagos da mais velha, permanecendo parado como se aceitasse os agrados mas deixando claro que parava por ai. - Realmente estou faminto, dona Ester. - Respondeu-a e então os seguiu para sentar-se à mesa, sentindo-se com vontade de brincar com o senhor de bigodes e sentando-se próxima a garota ruiva, dando um meio sorriso para ela e esperando que os anfitriões se servissem para depois começar a degustar a comida. - Hummm está realmente uma delícia. - Elogiou e então olhou de canto para a menina que parecia timida demais por estar tão próxima a ele, o que o fez arquear uma sobrancelha achando que o problema era consigo. - Se quiser posso me sentar mais longe.- Sussurrou brevemente para ela, sabendo que ela podia sentir um pouco do vento quente que saia de sua boca em direção ao pescoço belo da jovem

Ana sentiu vontade de rir quando viu o carinho da mãe com Matthew. Pelo visto, para a mulher aquilo era como ter outro filho em casa. Mas o pai não pensava da mesma maneira. Ficou observando a mãe, evitando contato visual com Matthew, como se aquilo fosse matá-la de vergonha.

Ana sequer cogitou desobedecer quando o pai fez sinal para que se sentasse perto dele. Mas pelo visto Matthew também queria ficar por perto, o que lhe deu a impressão que, além de ter que aturar aborrecimentos no colégio, teria que lidar com aborrecimentos em casa. A menina corou e tentou fingir que não estava envergonhada, mas não obteve sucesso.

- N-não... Está tudo bem, p-pode continuar aí se quiser... - disse em voz insegura, e corou ainda mais com o hálito quente de Matthew em contato com seu pescoço.

Ora... Ela realmente era mais timída do que ele imaginava, o que o fez sorrir de canto. Notava o quanto o senhor ali não gostava de suas atitudes, mas mesmo assim não ligava. Levou uma das mãos para debaixo da mesa, alisando a coxa da moça de forma suave e carinhosa, quase como se quisesse garantir a ela que ele não a machucaria estando perto da mesma, afinal ela deveria pensar que ele era algum tipo de psicopata ou algo do tipo por estar sob responsabilidade de seu pai. - Então permanecerei aqui... - Sussurrou apenas para ela, e então prestou atenção no que o juiz falara. - Tudo bem... Embora não consigo dormir cedo demais... Então espero que sua filha não se importe, de me emprestar alum livro? - Questionou, se dirigindo mais a menina do que a ele e então voltando para sua refeição.

Ana nunca gostou muito de comentar com os pais sobre o bullying que sofria na escola, até porque não era algo que ela considerava realmente grave. Eram apenas alguns apelidos desagradáveis ou pessoas que adoravam vê-la tropeçar, e não achava que precisava aborrecer os pais com tal bobeira.

- Foi... Bom - respondeu, abrindo um sorrisinho para os pais. - Hmmm... Eu e Alice tiramos a maior nota do trabalho de Física - Aquilo era verdade. Ela e a amiga Alice, que tinha os mesmos problemas no colégio que ela. - Nossa professora disse que vai mostrar até para os alunos das outras salas como exemplo...

Até que sentiu uma mão sobre sua coxa, e quase pulou de susto. Mas conteve esse ímpeto, apenas arregalando os olhos. Por mais que aquilo tivesse sido um tanto carinhoso, Ana levou para o lado negativo. Estava imaginando qual seria a diversão de Matthew a usando, e aquilo a desagradou mais ainda do que ser zoada com apelidos. Na cabeça de Ana, ele iria assediá-la sexualmente. Afinal, colocando a mão debaixo da mesa para alisá-la e falando naquele tom sensual... Ah, aquilo seria desesperador! O tarado debaixo do seu teto?

Ana engoliu em seco e, discretamente para que os pais não percebessem a ousadia do rapaz e não gerar confusão, Ana empurrou a mão de Matthew. Pensou em mudar de lugar, mas seria suspeito demais e desistiu. Da próxima vez, tomaria cuidado para não sentar ao lado dele.

- Eu empresto... Não me importo... - disse baixinho, os olhos voltados para seu prato.

O moreno estranhou o jeito que a garota lidou com ele, não entendendo tal atitude dela... Mas do jeito que ela falara da escola era perceptível que não gostava de lá. Apenas suspirou com o comentário sugestivo do pai da garota, e comeu o restante de sua comida em silêncio. Tentaria descobrir o porque da garota agir de maneira tão calada e tímida, mas isso mais para frente, não seria nada fácil para ele acostumar-se de viver ali mas tinha que concordar que era melhor do que ficar na cadeia. Assim que terminou de comer, pediu licença e levantou-se indo em direção a cozinha e lavando a louça que sujara, uma coisa que sempre detestara é que outros fizessem as coisas para ele, afinal havia crescido aprendendo a ser independente não importando a situação. Assim que terminou de lavar e secar sua louça, voltou para próximo a eles.- Obrigado pela refeição... Estarei me recolhendo para os aposentos nos quais ficarei agora, mas se não se importar... Ana, certo? - Perguntou confirmando o nome da menina. - Pode pedir para alguém levar os livros até lá? Não quero incomodá-los mais do que já incomodei. - Apesar de tudo, Matthew sabia quando necessitava ser mais cordial e agir com cautela, afinal ainda era seu primeiro dia ali e precisava agir conforme as regras dadas a ele para que não tivesse problemas ou fosse para prisão.
Assim que recebera uma resposta seguiu me direção ao quarto que lhe ficara designado, e deitou-se na cama olhando para o teto contemplando as situações que passara. Foi então que seu celular tocou, ah ao menos isso eles não lhe tiraram.
- Olá? - Atendeu a ligação em seu modo calmo
- Matt? Ah cara... Que merda hein? Eu soube das notícias... Mas enfim cara, tome cuidado... Aqueles caras descobriram sobre isso, e bem você sabe pode dar merda, né? Bem só liguei rápido para isso... Se cuide cara, tchau..
Não teve tempo de falar mais nada e a ligação já fora cortada, suspirou olhando para o telefone... Não acreditava que até isso ELES sabiam, mas não tinha como esconder por mais tempo. Ao menos agradecia ao amigo Tom por ter-lhe alertado, iria poder cuidar de seus passos para que nada acontecesse de mal

Ana abriu um sorriso tímido para o pai, assentindo com a cabeça. O maior desejo da garota ela se formar logo no colégio. Tinha esperança que na faculdade ninguém tivesse tempo de importuná-la. Na escola sempre era uma aluna aplicada e exemplar, e gostava de frequentar para estudar, diferente dos outros, Ana gostava das aulas.

Comeram e Matt não trocou nenhuma palavra com eles. No fim, ele saiu e pediu que alguém levasse os livros a ele. Ana achou estranho ele lavar o que havia sujado, mas nada comentou. Ao terminar de comer, disse aos pais que sairia da mesa e foi buscar os livros. Pegou quatro livros que ela imaginou que ele fosse gostar, e foi ao quarto onde ele ficaria. Bateu lentamente. Estava um tanto nervosa por ficar sozinha com ele, mas era apenas entregar os livros e ir embora, certo?

- C-com licença... Os livros...

O moreno estranhou que a própria menia tivesse vindo lhe entregar os livros depois da reação em sua presença, mas levantou-se e abriu a porta do quarto a olhando de modo contemplativo para então virar-se e adentrar novamente o quarto. - Entre!- Falou com ela e então suspirou, a olhando de modo interessado e então bagunçando seus próprios cabelos. - Então... Você por acaso é abusada na sua escola? - Perguntou indo direto ao ponto, sabendo muito bem que as reações que ela tivera ao falar de seu dia não eram boas e queria chegar mais a fundo da situação. Riu levemente com as reações da garota e então deitou-se na cama, levando um dos braços para atrás da cabeça. - Não se preocupe... Eu não vou machucá-la, nem violentá-la... Não sou desse estilo, e nunca precisei usar a força para isso. Além de que você é a filha do juiz que me mantém fora das grades, e uma menina... Não seria tolo de fazer-lhe algo. Pode confiar. - Embora sua voz fosse grossa e seca, o olhar que ele dera para ela era gentil e calmo, afinal Matthew sabia ser gentil quando queria, mas do jeito que aprendera a viver não havia jeito para mudar o jeito que sua voz saia quando falava.